Agenda CIEN Brasil - Julho 2014 - Bahia

Ressonâncias das Conversações

Atividades CIEN - Em BA



II CONVERSAÇÃO DOS LABORATÓRIOS DO CIEN – BAHIA
Mônica Hage e Ethel Poll

            No dia 31 de Julho de 2014 aconteceu, na sede do IPB/EBP- Bahia, a segunda conversação dos laboratórios do Cien, em formação, na Bahia. Essa foi a vez do Laboratório “A criança na hipermodernidade” levar para a roda de conversa fragmentos das conversações que vem realizando em uma Escola da Rede Municipal de Ensino, com os professores e a coordenação pedagógica, em Salvador; e uma outra experiência, na qual o laboratório vem enfrentando alguns entraves. Contando com os participantes do referido Laboratório e do Laboratório “Adolescência e Sexualidade”, com alguns alunos do IPB/Ba, e outros interessados, inclusive  professores, o debate girou em torno dos efeitos possíveis de serem recolhidos no trabalho realizado na escola da rede pública e, por outro lado, as dificuldades encontradas pelo laboratório, nas conversações realizadas em uma escola assistencialista, da Congregação Franciscana.

            Observamos que, na escola da Rede Pública, o dispositivo da conversação, ao ofertar a palavra, instalando um vazio de saber, permitiu que os professores fossem compartilhando os seus impasses, as suas angústias, os seus sentimentos de impotência e, aos poucos, algo pôde ser deslocado e retornou como um efeito, trazendo uma “boa” surpresa para a equipe. A conversação permitiu que os professores pudessem validar seu saber fazer, frente aos impasses, saindo da insegurança e da impotência, para novas possibilidades.
            A conversação esquentou no momento em que foi relatado a experiência na outra escola. Uma das responsáveis por este trabalho não compreendia porque a conversação não “fluía”, e questionava suas intervenções na roda de conversa. No seu relato, conta que o grupo de professores, com o qual foi iniciado as conversações, questionou o fato dos outros colegas terem sido “excluídos” do trabalho, uma vez que o número de participantes foi delimitado pela coordenação, o que gerou um certo desconforto na roda. Neste momento, o significante “excluído” é destacado na nossa conversação, e um profissional da área escolar se coloca, salientando a diferença entre a atuação e perspectivas dos professores na rede pública e na rede assistencialista, onde estes realmente ficam "excluídos" de todas as deliberações administrativas e pedagógicas sobre o trabalho desenvolvido. Privilegiar o significante “excluído”, neste momento, e compreender sua extensão lançou um novo olhar para a condução do trabalho. Vamos aguardar agora seus  possíveis efeitos...
            Diante de tantas dúvidas e incertezas que acompanham nossas conversações percebemos que estamos aprendendo, assim como os professores das escolas, a nos apropriar de um saber fazer que aposta na inter-disciplinariedade, na contingência , na invenção e nos seus efeitos de surpresa.

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