Agenda CIEN Brasil - Novembro 2018 - Minas Gerais

Por Maria Rita Guimarães:

Quem vem conversar conosco sobre Mommy, no Cine Cien- dia 28/11/2018?

Se essa pergunta estivesse em um Quiz, teria acertado em falar de Damasia Amadeo de Freda. Fácil, não? Sim, porque a narrativa traz a figura de Steve, um adolescente como esses dos quais se fala que “toca o terror”. 

Quem é Steve, para além dessa etiqueta? 

Um adolescente atual?

E o que é o adolescente atual?

Damasia Freda nos dirá, certamente, isso e muito mais, como autora do livro

"El adolescente actual- Nociones Clínicas. ”pela editora Unsan Edita, Série Tyché, série da qual é também a diretora. 

Damasia é membro da Escuela de la Orientación Lacaniana (EOL); membro da Associação Mundial de Psicanálise (AMP).




Agenda CIEN Brasil - Novembro 2018 - São Paulo

CINECIEN - São Paulo - Novembro

Agenda CIEN Brasil - Outubro 2018 - Minas Gerais


CIEN Minas
"O possível e o impossível diante da crise nas famílias"
Data: 17 de outubro
Horário: 20h30


VI Manhã de Trabalhos do CIEN Brasil - Paola Salinas

Agenda CIEN Brasil - Setembro 2018 - Bahia

Agenda CIEN Brasil - Setembro 2018 - Minas Gerais

VI Manhã de Trabalhos do CIEN-Brasil


O QUE FALAR QUER DIZER?
Singularidade e Diferença Hoje.

Data: 23 de novembro de 2018, de 08:00 às 13:00
Local: Hotel Windsor Barra, av. Lúcio Costa, 2630, Barra - Rio de Janeiro

Inscrições: https://goo.gl/ZNaF6e

Argumento


Em 2008 a Manhã de trabalhos do CIEN-Brasil teve como tema “A oferta da palavra hoje: quais as respostas do CIEN?”, indicando uma tendência generalizada no uso da fala como instrumento de transformação e ação. Em uma perspectiva utilitarista aliada à ciência, essa oferta da palavra foi tomada, no mundo, como instrumento de eficácia, buscando uma previsibilidade do sujeito e a produção de respostas pré-concebidas. Como consequência constatava-se que o mal-estar, o enigmático, inerente ao humano, não encontrava um lugar.

Frente a isso o CIEN se posicionava com “A oferta de dispositivos onde a palavra pudesse se tornar, pela forma como é escutada, um instrumento de criação de respostas e de abertura de caminhos inéditos – ou ainda, como indicou Judith Miller, o inconsciente pudesse no mundo contemporâneo, tornar-se audível”[1]. Isto é, pudesse ter um lugar no discurso.

As conversações inter-disciplinares dos Laboratórios do CIEN, em seu trabalho ao longo destes anos, nos mostram não só os efeitos do encontro de diferentes pontos de vista, do que cada um pode se servir do outro, mas também do que colocamos em jogo quando falamos: os limites, as contradições, os pontos de ruptura e paradoxalmente… o que faz laço. Não se inserir na lógica da resposta padrão ou da normatização faz aparecer a diferença em seu sentido amplo e a singularidade como modo de solução ao impasse que ali se apresenta.

Dez anos depois, propomos nessa VI Manha de Trabalhos do CIEN Brasil retomar essas questões: O que falar quer dizer? Buscando recolher nas experiências, entre as contradições dos efeitos de falar e do uso que se faz desse dizer, como os jovens e crianças se apresentam na sua singularidade? Qual a forma que cada um encontra para expressar suas diferenças em nossos dias e poder responsabilizar-se por elas? O que ouvimos dos seus dizeres, das suas invenções?

É possível apostar ainda hoje em uma boa forma de dizer, mesmo quando não há um discurso articulado para representar um sujeito? Ou seja, quando um lastro simbólico, social e afetivo vêm a faltar, deixando o sujeito sem um enganche que lhe permita representar-se ainda que pela oposição? Quais as consequências quando se retira essa aposta na palavra? O que a violência que se apresenta nas crianças hoje quer dizer?

A partir da prática dos Laboratórios, abordaremos os desafios e os recursos construídos em cada experiência do CIEN. Os testemunhos nos permitirão discutir sobre os seguintes eixos temáticos:

1- Em que apostamos quando propomos uma conversação do CIEN nos dias de hoje? Como reintroduzir o lugar da palavra e sua função? A partir do que se fala, quais os pontos de opacidade que se apresentam para cada um e os efeitos na fala que circula?

2- Singularidade e Diferença – A presença, em nossa época, de reações extremas diante da singularidade de cada um e seus diferentes modos de satisfação, nos faz perguntar sobre o ato e a palavra. Como cada criança e cada jovem pode constituir e sustentar seu lugar frente à intolerância? Como a violência nas crianças ou dirigidas a elas podem ser lidas?


Comissão de coordenação e orientação do CIEN-Brasil: Paola Salinas (Coord. Geral), Mônica Campos Silva, Mônica Hage e Vânia Gomes.


[1] Pitella, C.; Telles, H.; Rego Barros, M.R.C; Pavone, T. (Comissão de Coordenação e do CIEN-Brasil 2007/2011). Apresentação da Manhã de trabalhos do CIEN-Brasil Cien Digital, n 5. Novembro de 2008, pg. 4.


Envio dos trabalhos


Aguardamos a experiência dos laboratórios do CIEN até o dia 15 de setembro, para o e-mail brasil.cien@gmail.com

Cada comunicação deverá conter até 6000 caracteres, incluindo espaços e notas, na fonte Times New Roman, tamanho 12.


Agenda CIEN Brasil - Minas Gerais - Agosto


CINECIEN - Rio de Janeiro - Agosto de 2018


 

"Fala Comigo", de Felipe Sholl

Dia 10/08, sexta-feira
Exibição (17h30) e Conversação (19h)

Participação de Karine Teles, atriz do filme e de Maria do Rosário Collier do Rêgo Barros, psicanalista, membro da EBP/AMP

despertar da sexualidade na Adolescência.
As dificuldades dos encontros amorosos e familiares.
importância da Fala e do Silêncio.
São pontos abordados no filme que conversam com o tema da Manhã de Trabalho do CIEN: 
que falar quer dizerSingularidade e Diferença hoje.

Até Lá! 

Comissão Rio - Giselle Fleury e Jorge Carvalho

Agenda CIEN - Agosto de 2018 - Rio de Janeiro

CineCien Bahia - 01 de setembro de 2018

VI Manhã de Trabalhos do CIEN - Brasil









O QUE FALAR QUER DIZER?
Singularidade e Diferença Hoje.


Data: 23 de novembro de 2018, de 08:00 às 13:00
Local: Hotel Windsor Barra, av. Lúcio Costa, 2630, Barra - Rio de Janeiro

Inscrições: https://goo.gl/ZNaF6e

Argumento


Em 2008 a Manhã de trabalhos do CIEN-Brasil teve como tema “A oferta da palavra hoje: quais as respostas do CIEN?”, indicando uma tendência generalizada no uso da fala como instrumento de transformação e ação. Em uma perspectiva utilitarista aliada à ciência, essa oferta da palavra foi tomada, no mundo, como instrumento de eficácia, buscando uma previsibilidade do sujeito e a produção de respostas pré-concebidas. Como consequência constatava-se que o mal-estar, o enigmático, inerente ao humano, não encontrava um lugar.


Frente a isso o CIEN se posicionava com “A oferta de dispositivos onde a palavra pudesse se tornar, pela forma como é escutada, um instrumento de criação de respostas e de abertura de caminhos inéditos – ou ainda, como indicou Judith Miller, o inconsciente pudesse no mundo contemporâneo, tornar-se audível”[1]. Isto é, pudesse ter um lugar no discurso.


As conversações inter-disciplinares dos Laboratórios do CIEN, em seu trabalho ao longo destes anos, nos mostram não só os efeitos do encontro de diferentes pontos de vista, do que cada um pode se servir do outro, mas também do que colocamos em jogo quando falamos: os limites, as contradições, os pontos de ruptura e paradoxalmente… o que faz laço. Não se inserir na lógica da resposta padrão ou da normatização faz aparecer a diferença em seu sentido amplo e a singularidade como modo de solução ao impasse que ali se apresenta.


Dez anos depois, propomos nessa VI Manha de Trabalhos do CIEN Brasil retomar essas questões: O que falar quer dizer? Buscando recolher nas experiências, entre as contradições dos efeitos de falar e do uso que se faz desse dizer, como os jovens e crianças se apresentam na sua singularidade? Qual a forma que cada um encontra para expressar suas diferenças em nossos dias e poder responsabilizar-se por elas? O que ouvimos dos seus dizeres, das suas invenções?


É possível apostar ainda hoje em uma boa forma de dizer, mesmo quando não há um discurso articulado para representar um sujeito? Ou seja, quando um lastro simbólico, social e afetivo vêm a faltar, deixando o sujeito sem um enganche que lhe permita representar-se ainda que pela oposição? Quais as consequências quando se retira essa aposta na palavra? O que a violência que se apresenta nas crianças hoje quer dizer?


A partir da prática dos Laboratórios, abordaremos os desafios e os recursos construídos em cada experiência do CIEN. Os testemunhos nos permitirão discutir sobre os seguintes eixos temáticos:


1- Em que apostamos quando propomos uma conversação do CIEN nos dias de hoje? Como reintroduzir o lugar da palavra e sua função? A partir do que se fala, quais os pontos de opacidade que se apresentam para cada um e os efeitos na fala que circula?


2- Singularidade e Diferença – A presença, em nossa época, de reações extremas diante da singularidade de cada um e seus diferentes modos de satisfação, nos faz perguntar sobre o ato e a palavra. Como cada criança e cada jovem pode constituir e sustentar seu lugar frente à intolerância? Como a violência nas crianças ou dirigidas a elas podem ser lidas?


Comissão de coordenação e orientação do CIEN-Brasil: Paola Salinas (Coord. Geral), Mônica Campos Silva, Mônica Hage e Vânia Gomes.


[1] Pitella, C.; Telles, H.; Rego Barros, M.R.C; Pavone, T. (Comissão de Coordenação e do CIEN-Brasil 2007/2011). Apresentação da Manhã de trabalhos do CIEN-Brasil Cien Digital, n 5. Novembro de 2008, pg. 4.


Envio dos trabalhos


Aguardamos a experiência dos laboratórios do CIEN até o dia 15 de setembro, para o e-mail brasil.cien@gmail.com

Cada comunicação deverá conter até 6000 caracteres, incluindo espaços e notas, na fonte Times New Roman, tamanho 12.


Agenda CineCIEN - Minas Gerais - julho 2018

O CINECIEN fechará em grande estilo o nosso primeiro semestre de trabalho com o filme “Ou tudo ou nada”! Um filme atemporal, por isso contemporâneo, que toca em conflitos, por exemplo,  com o corpo e com a paternidade. Esperamos vocês!
Aline A. Mendes
Coordenação CIEN Minas 

Agenda - CineCIEN - Bahia - julho - 2018

Agenda CIEN Brasil - Junho 2018 - Minas Gerais




Se o sintoma é o que o sujeito encontra para estar no laço social, que recursos têm as crianças e adolescentes, diante do que lhes é insuportável, para não ficarem à deriva em relação às normas, à justiça e às medicações?  Soraya Alves Pereira e Cristiane Cunha discutirão as estratégias dos laboratórios “Juntos e não misturados” e “Janela da escuta”, com Renata Mendonça animando a conversação. Esperamos vocês! 

Um abraço,
Aline A. Mendes
Coordenação CIEN Minas

Agenda CIEN Brasil - Junho 2018 - Bahia

No dia 14/06/18, o Laboratório "A Criança na Hipermodernidade" levará para a roda de conversa um relato de experiência inter-disciplinar vivenciada em uma Creche/Escola da Rede Pública. O traço de união, o hífen, que se coloca na inter-disciplinaridade do Cien é o ponto precioso da nossa Conversação, pois marca um espaço , um vazio, indicando o lugar de uma "ausência vibrante". Se o psicanalista é aquele "capaz de acolher o novo" , a sua presença na conversa se instala enquanto aquela que fará sustentar esse traço de união, nas palavras de Judith Miller, "princípio socrático do saber não saber, com relação não somente aos pacientes que recebem, mas também às dificuldades que os outros especialistas podem encontrar quando sua especialidade diz respeito à infância e à adolescência".

Quando pára além dos saberes estão também os dissabores, a nossa aposta é que desse hífen possa surgir algo novo, vivo e pulsante! Esperamos vocês!
 


Agenda CIEN Brasil - Maio 2018 - Minas Gerais

Neste semestre, inauguraremos no CIEN Minas, o CIEN in loco. Trabalharemos com as questões que agitam os corpos na cidade, a partir das conversações que ocorrem nas insituições, in loco, com base nos impasses localizados pelos profissionais envolvidos. O nosso primeiro CIEN in locoocorrerá no Instituto Raul Soares, no dia 23 de maio, quarta-feira, às 9:30h, com a temática “O insuportável na criança e as instituições de saúde: mães em crise”. Juliana Motta é a responsável pela atividade e Ana Lydia Santiago animará nossa conversação! Esperamos vocês! O evento está sujeito à lotação

Convite para publicação CIEN Digital nº22


Queridos colegas, responsáveis por laboratórios e participantes do CIEN 

Estamos elaborando o 22º Cien digital e viemos convidá-los mais uma vez a fazer parte com seu escrito! Esse número terá como eixo norteador o tema da Manhã de Trabalhos do CIEN, que acontecerá junto ao Encontro Brasileiro, em novembro de 2018, no Rio de Janeiro.

Assim, o convite a vocês é para que enviem sua contribuição, seja em forma de texto, resenha, reflexão, comentário que toque o tema geral das Jornadas: "O que falar quer dizer" . Não é necessário no entanto se restringir à Manhã. Também podem vir, dos laboratórios, elaborações concernentes às conversações que vem acontecendo; impasses específicos, situações importantes para o laboratório, um pequeno achado ou conclusão de algum ponto. 

Aproveitamos para marcar, uma vez mais, que o Cien digital prima pela palavra daqueles que estão na prática do CIEN, em seu cotidiano, pois aí reside a preciosidade da transmissão dos princípios do CIEN. 

Contamos com vocês e ficamos no aguardo! 

O prazo para que nos enviem suas contribuições é dia 30/06/18 , nos seguintes e-mails:paolasalinas11@yahoo.com.br ou siglialeao@yahoo.com.br
um abraço,
Siglia e Paola.

Agenda CIEN Brasil - Mai 2018 - CIEN Rio

Agenda CIEN Brasil - Maio 2018 - São Paulo - Ribeirão Preto

ADOLE(SCEN)TÁ

Miro na ira,
No caso e no acaso.
Na concórdia, mas geralmente na discórdia.
Bordo, rebordo, dobro, tatuo.
Suturo, costuro e me uso.
No verso, reverso e no avesso;
No lóbulo, no nódulo, na língua ou em qualquer lugar.
Quero pinçar, abraçar, beijar.
Ficar, transar, perpetuar.
Tudo tão fugaz...
Na fase que se torna era,
Quem dera...
Era uma vez, eu.

Heloisa Bittar Gimenes - psicóloga e poetisa da cidade de Franca



ARGUMENTO DA CONVERSAÇÃO “A AGITAÇÃO DOS CORPOS ADOLESCENTES”
“Adolescente” é o nome daquele que se confronta com uma nova satisfação e que reconfigura radicalmente seu corpo falante¹.  A expressão ‘corpo falante’ refere-se ao encontro que um dia se deu do corpo com a língua, inscrevendo-se assim uma marca viva recebida do Outro, um acontecimento de corpo traumático que afeta o sujeito na escolha de sua posição frente à vida.
Com a puberdade, o sujeito depara-se com o novo regime do gozo que afeta o corpo falante e desperta o resto inassimilável e adormecido da infância. Tínhamos a adolescência como um tempo e um espaço, socialmente determinados, para que os jovens elaborassem este delicado momento e, para isto, contavam com a voz do pai, da tradição e das ideologias que faziam certa mediação.
Para os adolescentes de hoje, porém, os ideais não são mais os orientadores. São afetados pelos efeitos das mudanças de ordem simbólica, como o declínio do patriarcado e a destituição da tradição. Acrescenta-se a isto a invasão de gozo sofrida por eles relativa à sexualidade e o surgimento de uma nova relação com o desejo. Assim, são confrontados com o novo regime de gozo sem mediação e geralmente, em grande solidão. Dos enodamentos e desanodamentos que constroem, entre corpo e linguagem, temos um empuxo ao gozo sem limites e situações que nos interrogam quanto aos novos destinos da pulsão de morte e as novas figuras do mal-estar no contemporâneo: o impacto do mundo virtual onde o eu desaparece em meio aos jogos, pornografia, séries sem fim; práticas compulsivas como anorexia, bulimia, consumo de drogas, álcool; passagens ao ato como cortes no corpo e suicídio como saída; práticas infracionais, tráfico e violência urbana; crises nas identificações e no exercício sexual nos fazendo indagar sobre as novas sexualidades.
Os laços são frágeis. As marcas no corpo são muitas. Ora nos deparamos com corpos agitados, ora prostrados, mortos...
Queremos conversar.
Em nome do laboratório aFinarte, os convido para uma conversação inter-disciplinar, no dia 5 de maio, às 9h30, no anfiteatro Fea/Usp, com entrada aberta e gratuita.
Até lá!
Cláudia Reis
Comissão organizadora: Cristiana Gallo, Denise Borges de Lima, Jacqueline Bobato, Sabrina Marioto, Silvia Sato e Cláudia Reis.

¹ Brown, N. , Macedo, L., Lyra, R.(Orgs) Trauma, solidão e laço na Infância e na Adolescência: experiências do Cien no Brasil, Belo Horizonte: EBP Editora, 2017.

Agenda CIEN Brasil - Abril 2018 - Minas Gerais


Agenda CIEN Brasil - Abril 2018 - Paraná


Agenda CIEN Brasil - Abril 2018 - Santa Catarina


Clique aqui ou na imagem para acessar o link

Agenda CIEN Brasil - Abril 2018 - Ribeirão Preto/SP



ARGUMENTO DA CONVERSAÇÃO “A AGITAÇÃO DOS CORPOS ADOLESCENTES”

“Adolescente” é o nome daquele que se confronta com uma nova satisfação e que reconfigura radicalmente seu corpo falante¹.  A expressão ‘corpo falante’ refere-se ao encontro que um dia se deu do corpo com a língua, inscrevendo-se assim uma marca viva recebida do Outro, um acontecimento de corpo traumático que afeta o sujeito na escolha de sua posição frente à vida.

Com a puberdade, o sujeito depara-se com o novo regime do gozo que afeta o corpo falante e desperta o resto inassimilável e adormecido da infância. Tínhamos a adolescência como um tempo e um espaço, socialmente determinados, para que os jovens elaborassem este delicado momento e, para isto, contavam com a voz do pai, da tradição e das ideologias que faziam certa mediação.

Para os adolescentes de hoje, porém, os ideais não são mais os orientadores. São afetados pelos efeitos das mudanças de ordem simbólica, como o declínio do patriarcado e a destituição da tradição. Acrescenta-se a isto a invasão de gozo sofrida por eles relativa à sexualidade e o surgimento de uma nova relação com o desejo. Assim, são confrontados com o novo regime de gozo sem mediação e geralmente, em grande solidão. Dos enodamentos e desanodamentos que constroem, entre corpo e linguagem, temos um empuxo ao gozo sem limites e situações que nos interrogam quanto aos novos destinos da pulsão de morte e as novas figuras do mal-estar no contemporâneo: o impacto do mundo virtual onde o eu desaparece em meio aos jogos, pornografia, séries sem fim; práticas compulsivas como anorexia, bulimia, consumo de drogas, álcool; passagens ao ato como cortes no corpo e suicídio como saída; práticas infracionais, tráfico e violência urbana; crises nas identificações e no exercício sexual nos fazendo indagar sobre as novas sexualidades.

Os laços são frágeis. As marcas no corpo são muitas. Ora nos deparamos com corpos agitados, ora prostrados, mortos...

Queremos conversar.

Em nome do laboratório aFinarte, os convido para uma conversação inter-disciplinar, no dia 5 de maio, às 9h30, no anfiteatro Fea/Usp, com entrada aberta e gratuita.

Até lá!
Cláudia Reis

Comissão organizadora: Cristiana Gallo, Denise Borges de Lima, Jacqueline Bobato, Sabrina Marioto, Silvia Sato e Cláudia Reis.

¹ Brown, N. , Macedo, L., Lyra, R.(Orgs) Trauma, solidão e laço na Infância e na Adolescência: experiências do Cien no Brasil, Belo Horizonte: EBP Editora, 2017.


Agenda CIEN Brasil - CINE CIEN Santa Catarina - Abril 2018

Agenda CIEN Brasil - Abril 2018 - Rio de Janeiro

Agenda CIEN Brasil - Bahia - Abril 2018

CIEN Goiás



RESSONÂNCIAS DO CIEN EM GOIÁS

Ceres Lêda F F Rubio

No dia 23 de Fevereiro o CIEN deu o pontapé inicial para a abertura de um Laboratório em  Goiás, agora em formação, nomeado de “Entreoutros”.  Para tanto, preparou uma Conversação Interdisciplinar intitulada “Etiquetagem e medicalização em crianças e adolescentes” tendo como pano de fundo a exibição do filme  “L’enfance sous controle”. Para animar a conversa esteve presente a Psicanalista Ana Martha Maia (EBP/AMP), coordenadora do Laboratório do CIEN-Rio “A criança entre a mãe e a mulher” e a Pedagoga Sylvana de Oliveira Bernardi Noleto, professora da UEG e PUC-GO. Cerca de cinquenta pessoas responderam ao convite para lá estarem, indicando a relevância do tema e o interesse pelo trabalho.

Sylvana coloca-se como aquela que falava de “fora” para dizer de sua posição, não sendo psicanalista ao comentar sobre o filme, mas sendo leal a proposta do CIEN de reunir disciplinas e poder ela dizer sobre o discurso que a sustenta na sua prática dentro da Pedagogia.

Coloca-se diante do documentário com uma crítica, questionando e nos fazendo lembrar que o cineasta, ele próprio, ao elaborar a edição do filme recortou e incluiu muito provavelmente aquilo que lhe pareceu mais importante, indicando que o resultado do produto tem aí a marca de quem o construiu.  O filme para ela questiona o conceito de criança e de  infância, que são diferentes, e lhe provocou ao trazer um recorte do comportamento do indivíduo em detrimento de um contexto de totalidade que a Pedagogia considera ao falar do sujeito humano. E isso marca uma cisão entre o que apresenta o documentário e o que a Pedagogia pode analisar sobre o comportamento de uma criança. Sylvana defende que se deve considerar ao analisar o comportamento, o contexto histórico social e familiar para além do biológico. O filme defendendo apenas motivos biológicos para a violência e propondo soluções a partir do controle, avaliações e normatizações do comportamento, sem considerar , segundo ela a hipótese de que a violência é social, construída nas relações e das interações. Na relação com o outro é que se exprime a violência. Acredita nisso, como também que o processo de ensino aprendizagem se dá nas relações e é individualizada.

A Pedagoga na sua prática de escola pública confirma que lá, também há uma tendência de solicitar o diagnóstico e avaliação da criança para responder ao problema de comportamento e aprendizado e, concomitantemente adoecendo-as, segregando-as ao apontar os problemas sem se implicarem neles, a partir de uma impotência do professor no ensino. Relaciona que há nessa problemática, políticas públicas direcionadas que influenciam esse modo de funcionar do professor.  Há uma racionalização e uma falta de entendimento na Escola sobre qual é a forma e de quem é a responsabilidade de resolver o problema. Um impasse!

O impasse aponta para uma diferença do lugar da Pedagogia, implicada com sua visão de totalidade do sujeito humano e o recorte parcial que se faz do indivíduo, na ciência, ao ofertar seus recursos  para resolver o problema do comportamento violento e dificuldades na aprendizagem. Não se sabe sobre de quem é a responsabilidade na solução dessa questão  claramente complexa. E não se crê a solução  única  a partir da avaliação, controle e a medicalização, para problemas que indicam receber influência do meio social, familiar.

A discussão avançou entre os participantes e cada um que se apresentou para falar concordou que o impasse se organiza na impotência e impossibilidade. A impotência de se estabelecer uma prevenção e controle da violência a partir de um contexto único biológico, na impotência de um ensino idealizado que promete um aprendizado também idealizado para as crianças e adolescentes. E a impossibilidade de encontrar soluções definitivas, que seja pela ciência a partir da medicalização

Ana Martha contribuiu nessas discussões, e a partir de três  exemplos  de sua prática no  laboratório do CIEN-Rio, confirmou  o impasse apontado ao final na conversação e ainda esclarecendo na prática  o modo de intervenção e condução de um laboratório. 

Uma delas foi à experiência de uma atividade de laboratório ao atender a demanda de intervirem na queixa de violência em uma escola. Na instituição, entram em contato com a queixa de crianças que “não querem aprender a ler e escrever” e com problemas de “interação e disciplina”,   observam ainda a relação dos profissionais da escola com determinados  alunos. Esses profissionais  não demonstrando sensibilidade e acolhimento às queixas desses outros, indicando já ali um  tipo de  “violência” na relação. O laboratório apontou que havia um ponto de excesso e de um gozo nas crianças que a escola não conseguia tratar, e,  que os profissionais não se implicavam na problemática da violência na escola.

Ao final com o adiantado da hora, confirmou-se junto aos participantes o desejo de alguns  continuarem em um segundo tempo, a discussão sobre o que a Conversação interdisciplinar apontou a respeito da temática proposta ao elaborar o impasse.

Fechamos o evento com o convite de seguirmos com o Laboratório Entreoutros, agora para um momento de elaboração e ampliação das discussões resultadas da Conversação.



Agenda CIEN Brasil - Santa Catarina - Março 2018

Agenda CIEN Brasil - Março 2018 - Minas Gerais

VI Manhã de Trabalhos do CIEN Brasil


O QUE FALAR QUER DIZER?
Singularidade e Diferença Hoje.

Argumento

Em 2008 a Manhã de trabalhos do CIEN-Brasil teve como tema “A oferta da palavra hoje: quais as respostas do CIEN?”, indicando uma tendência generalizada no uso da fala como instrumento de transformação e ação. Em uma perspectiva utilitarista aliada à ciência, essa oferta da palavra foi tomada, no mundo, como instrumento de eficácia, buscando uma previsibilidade do sujeito e a produção de respostas pré-concebidas. Como consequência constatava-se que o mal-estar, o enigmático, inerente ao humano, não encontrava um lugar.

Frente a isso o CIEN se posicionava com “A oferta de dispositivos onde a palavra pudesse se tornar, pela forma como é escutada, um instrumento de criação de respostas e de abertura de caminhos inéditos – ou ainda, como indicou Judith Miller, o inconsciente pudesse no mundo contemporâneo, tornar-se audível”[1]. Isto é, pudesse ter um lugar no discurso.

As conversações inter-disciplinares dos Laboratórios do CIEN, em seu trabalho ao longo destes anos, nos mostram não só os efeitos do encontro de diferentes pontos de vista, do que cada um pode se servir do outro, mas também do que colocamos em jogo quando falamos: os limites, as contradições, os pontos de ruptura e paradoxalmente... o que faz laço. Não se inserir na lógica da resposta padrão ou da normatização faz aparecer a diferença em seu sentido amplo e a singularidade como modo de solução ao impasse que ali se apresenta.

Dez anos depois, propomos nessa VI Manha de Trabalhos do CIEN Brasil retomar essas questões: O que falar quer dizer? Buscando recolher nas experiências, entre as contradições dos efeitos de falar e do uso que se faz desse dizer, como os jovens e crianças se apresentam na sua singularidade? Qual a forma que cada um encontra para expressar suas diferenças em nossos dias e poder responsabilizar-se por elas? O que ouvimos dos seus dizeres, das suas invenções?

É possível apostar ainda hoje em uma boa forma de dizer, mesmo quando não há um discurso articulado para representar um sujeito? Ou seja, quando um lastro simbólico, social e afetivo vêm a faltar, deixando o sujeito sem um enganche que lhe permita representar-se ainda que pela oposição? Quais as consequências quando se retira essa aposta na palavra?

A partir da prática dos Laboratórios, abordaremos os desafios e os recursos construídos em cada experiência do CIEN. Os testemunhos nos permitirão discutir sobre os seguintes eixos temáticos:

1-      Em que apostamos quando propomos uma conversação do CIEN nos dias de hoje? Como reintroduzir o lugar da palavra e sua função? A partir do que se fala, quais os pontos de opacidade que se apresentam para cada um e os efeitos na fala que circula?
2-      Singularidade e Diferença – A presença, em nossa época, de reações extremas diante da singularidade de cada um e seus diferentes modos de satisfação, nos faz perguntar sobre o ato e a palavra. Como cada criança e cada jovem pode constituir e sustentar seu lugar frente à intolerância?


Comissão de coordenação e orientação do CIEN-Brasil: Paola Salinas (Coord. Geral), Mônica Campos Silva, Mônica Hage e Vânia Gomes.


Envio dos trabalhos
 
Aguardamos a experiência dos laboratórios do CIEN até o dia 15 de setembro, para o e-mail brasil.cien@gmail.com.
Cada comunicação deverá conter até 6000 caracteres, incluindo espaços e notas, na fonte Times New Roman, tamanho 12.
 


[1] Pitella, C.; Telles, H.; Rego Barros, M.R.C; Pavone, T. (Comissão de Coordenação e do CIEN-Brasil 2007/2011). Apresentação da Manhã de trabalhos do CIEN-Brasil Cien Digital, n 5. Novembro de 2008, pg. 4.

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